A LUTA PELAS INDEPENDENCIAS A REVOLTA DOS LIBOLOS No tempo de Cadornega, o Libolo era limitado pela Quissama, pelo rio Longa e com a Província dos Sumbes que envolvia o Porto de Quicombo. Esta região, com a do Haco, foi das primeiras a ser visitadas colonos desembargadores no reino de Angola a sul do cuanza depois das visitas à Muxima, Cambambe e Massangano. A exploração pacifica do Libolo entra no domínio das realidades remotas da historia angolana. A primeira intervenção armada no Libolo aconteceu de 1644 à 1645, ordenada por Pedro César de Meneses cabendo essa missão à Diogo Gomes de Morais, que a tornou extensiva a zonas do Bailundo. Em 1658, vexações praticadas pelos nativos do Libolo contra gente avassalada e comerciantes, levaram o capitão general a ordenar uma fustigação a região, da qual foi incumbido o Capitão António Rodrigues Pacheco. Os seus avanços foram coroados de êxito na região. Mas tendo entrado na Província dos Sumbes, foi derrotado e morto pelo Soba Quilembi Lembi. Novas lutas se registaram na região e, em 1677 Quiteti Canbenguela mata António Feio, comerciante e antes deste crime outros comerciantes portugueses foram alvejados. Aires de Saldanha, Capitão general, perante todos esses excessos resolveu dar correctivos aos sobas rebeldes e mandou uma grande coluna ao Libolo para tal efeito, comandada por Luís Lopes de Sequeira que conduziu as seguintes batalhas: Primeiro contra o soba Gunza Ambambe no dia 09 de Agosto de 1677 terminando pela morte do Soba; depois contra Quiteti Cabenguela e Angola Quitemba, em que o primeiro fugiu e o segundo se rendeu com outros, dos quais alguns foram baptizados. Depois de muitos acontecimentos que desenrolaram até aos fins do século XIX, em Novembro de 1897 a paz reinava em todo o Libolo e surge a criação do Concelho do Libolo, com sede em calulo, por portaria de 31 de Janeiro de 1900. A paz não dura muito tempo, no final do ano de 1901, o soba do Dala-Cachibo cometeu vários crimes contra os comerciantes e como houve queixas contra ele, Pais Brandão intimou-o a apresentar-se ao comando militar, ordem a que ele não obedeceu. Desta rebeldia nasceu nova intervenção das armas e, a 01 de Fevereiro de 1902, o soba foi estrondosamente derrotado fugindo para o Bailundo. Perante vários factos, o comandante militar largou uma ofensiva a 8 de Fevereiro de 1902 para a Quissala com o objectivo de reduzir a cinzas as sanzalas e as culturas e os objectivos foram alcançados, enquanto Pais Brandão reflectia ir também ajustar contas com o soba do Quenha. A GRANDE REVOLTA DOS QUISSONGOS Em 1905, os sobas principais com Quissongo à frente, que viviam em aparentes boas relações com as autoridades, revoltaram-se causando danos ao comercio e, como se não bastasse agravou-se com a morte de dois soldados e ferimento do sargento da força militar que atravessavam o território. Face a gravidade da situação, o governo mandou castigar os revoltosos, incumbindo esta missão ao chefe do conselho capitão Antero de Carvalho Magalhães. Quissongo e sua gente estavam fortificados em duas banzas que distavam uma da outra 4 km. Os ataques ocorreram em 21 e 22 de Setembro de 1905 e, no primeiro ataque morreram 1 soldado e 1 carregador e ficaram feridos 7 soldados e 1 carregador; no segundo morreram 2 oficiais e 2 soldados e ficaram feridos 12 soldados e 7 carregadores. Os oficiais mortos foram o tenente João Baptista Estrela e o alferes Manuel Bento César. Em virtude destas baixas a coluna regressou ao calulo, adiando a repressão total dos nativos. Certo que muito teriam a travar se prosseguisse nas operações porque os aliados dos Quissongos, os sobados da cabuta, do zenzo, Dundo, Calumbe, Quissala, Zambeta, Bango-Quiluange, Gungo, Caxinde, Cabezo, Cambau, Quibumpa, Cassaxi, Dambo-Angonga, Pingana, Caxica, Quenza e Bango-Anga uma grande parte dos povos do Libolo, estavam todos revoltosos. Resolve por isso, Antero de Magalhães interromper esta e com toda a coluna regressar a calulo para tratamento dos feridos e enterro dos mortos e dali comunicar superiormente o resultado dos dois combates e as condições em que tiveram lugar, aguardando do Governo Geral autorização para prosseguir nas operações. Mas a resposta recebida do quartel general dava apenas ordens à Antero Magalhães para se manter na defensiva na sede do concelho. A 04 de Maio de 1908, o capitão Carvalho de Magalhães foi nomeado comandante duma coluna destinada a castigar novamente Quissongo e montar um posto militar na respeitava região. A 01 de Junho a coluna das tropas portuguesas passou o rio Luha em direcção ao desfiladeiro de Paca Catolo, tendo sido recebido com um alto fogo de tiroteios de canhangulos, pouco depois da travessia, o que forçou a utilização da artilharia que dispersou os nativos e por parte da coluna, alguns feridos, entre os quais o tenente Veloso de Castro. Dia 4 deixou a paca em direcção a Cassola chegando as proximidades do morro de cambuzi sofreram novo ataque, dai desceram com cachico e fizeram um reconhecimento às sanzalas de Ginga e Mbalambango que encontraram abandonadas. Dia 19, finalmente atacaram Cassola onde os nativos estava aglomerados, ferindo-os um violento combate que os pôs em fuga com muitas baixas. Esmagando o principal fulcro da resistência dos nativos, a coluna avançou em cassongolo, onde esteve até 27 dias e o ponto de Cassueca foi escolhido para a motagem do posto militar, cuja as obras começaram aos 29 de Maio de 1908. a inauguração deste posto deu-se a 13 de Julho, cabendo-lhe o nome de Antero de Magalhães. Foi seu primeiro comandante o tenente Oliveira. Cumprida a sua missão, a coluna retirou-se aos 15 de Julho, tendo chegado a calulo aos 19 de Julho. Em 1918, o Libolo possuía os seguintes postos: Dala Cachibo, Quibala e Quissongo. Em 1926, tinha estas subdivisões: Cabuta, Dala Cachibo, Munenga e Quissongo e, 1935 na ultima divisão administrativa, os postos eram os mesmos. A criação da circunscrição civil da Quibala aconteceu em 17 de Setembro de 1921, ficando assim desligado do Libolo e, em 3 de Dezembro de 1921 foi fundada a comissão Municipal da Quibala.


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UMA CONTRIBUIÇÃO A NOSSA HISTORIA

Isidro Kambulungo "A histórico xafariz de Kambulungo"quem vhoje vai a sede comunal do kissongo que dista 37 km da Vila de calulo, município do llibolo,Kwanza sul,vai encontrar um fenômeno raro,água a jorar de um tubo de formas inenterupta vinte quatro horas por dia,numa sanzala quase desabitada.esta água jota na mesma proporção no mesmo lugar há sensivelmente quarenta e sete anos.foi no início da década setenta, quando o processo de descolonização,ganhava corpo o chefe do conselho do libolo autorizara,o chefe do posto administrativo do kissongo de nome manuel,a construção do projeto kahocoto que visava a construção de uma represa no riacho com o mesmo nome,por detrás do monte cassueca,por onde as autoridades coloniais haviam construído o posto administrativo.este projeto visava igualmente a construção de um tanque,quê acomularia a água,que por via do sistema de gravidade seria escoada inicialmente para as aldeias,circunvizinhas da sede comunal,tais como mbanza, cassueca,abelarde, Kambulungo, kabengueca,e kissuto,dirigido e executado tecnicamente pelo nativo Miranda Agostinho, passados meio ano o projecto mostrou-se inviável.nao se sabendo até hoje às razões óbvias.bom na serra do tchimbalundo uma cordilheira que sai do vale sachi até nas savanas sanha próximo do vértice pingana, está localizado o muzombe,uma zona húmida abestecida por uma nascente de pouco mais ou menos um metro de diâmetro.no tempo tinham os nossos pais montado um alambique de kaporrotos,pois está baixa era explorada por hortas pelos nativos:ngana nbeji,narciso ngunza,Manuel aleu, Alberto Tomé,e Paulo Tomé de um lado e os irmãos mbezala.por falência do projecto kahocoto,os mais velhos das aldeias Kambulungo e kabengueca dividiram por unanimidade propor a construção de um pequeno tanque para retenção de água e a obtenção de tubos pretos que segundo se diz eram produzidos pela data.o chefe do posto disponibilizara o material e de formas comunitária o povo abriu a vala,e mais uma vez o técnico Miranda ensino com técnica rudimentar que consistia em aquecer sobre lenhas as partes aguçada do tubo,nas outras não aquecida.assim palmo a palmo concretizou-se o projecto muzombe,que hoje de formas gratuita oferece água mais que potável aquém que por aquela estrada passa,está água sem ser ainda testada não tem nada a dever a água pura comercializada internacional, actualmente as zonas circunvizinhas e não só carecem de água de qualidade,por não haver na comuna projetos semelhantes,pela sua importância este sítio deve ser considerado sítio histórico património municipal,pois não existe em todo município do libolo local comunitário de igual dimensão preciosidade.